Conferencia Virtual impartida en el V Congreso Internacional de UNIBAVE – Orleans (Santa Catarina-Brasil)- 30 de junio, 1 y 2 de julio de 2011.

Autoridades de Santa Catarina, ilustríssimo reitor de UNIBAVE, estimados congressistas
Do outro lado do Oceano, mais precisamente de Jaén, sul da Espanha, inicio uma breve fala dirigida a todos vocês que prestigiam o V Congresso Internacional de Educação Unibave e a primeira Jornada de Criatividade e Inovação em Educação e Cultura.
Inicio compartilhando uma palavra que neste momento faz parte de meus sentimentos e que aprendi no Brasil porque aqui na Espanha não existe tradução literal. A palavra é saudade! Saudade desta terra maravilhosa que é o Brasil e, especialmente, da região que mais conheço, que é o sul de Santa Catarina.
O Congresso do Unibave nasceu também com meu estímulo. Em 2006 passei quase um mês com um grupo especial desta instituição e percebi a capacidade que tinham de criar e dinamizar propostas inovadoras. Estive presente no primeiro, segundo e terceiro congresso, mas uma série de compromissos me impediu de participar do quarto. Neste ano novamente, assoberbado pelos compromissos, tive que optar por não estar presencialmente, mas a saudade que sinto e a vontade de prestigiar este congresso, me fez encontrar uma forma de estar, ao menos a distância, presente graças aos avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação, as conhecidas TIC.
Para mim é uma grande satisfação dirigir-me a todos os presentes desde esta janela virtual que constitui o mundo digital em rede, no qual atualmente vivemos, para falar de um projeto ilusionante que iniciamos há seis anos e que neste momento participam sete países de dois grandes continentes que são a Europa e a América.
As TIC se constituiem em um dos termos-chave desta apresentação. Em 2005 o Grupo de Pesquisa IDEO, da Universidade de Jaén, Grupo que coordeno, criou um programa, visando estimular uma convivência mais harmoniosa entre os povos de diferentes países. A idéia era possibilitar o contato de estudantes e docentes de diferentes partes do mundo para que pudessem conhecer a realidade de outras pessoas, dialogar sobre elas, falar do que gostam, o que vestem, de que se alimentam, o que estudam, como se divertem, como são as famílias, as escolas… por fim… a vida! Nascia então o e-Culturas. Um programa Internacional cujo objetivo é favorecer a interação e o conhecimento cultural entre estudantes e docentes dos centros educativos espanhóis, de outros países europeus e da América Latina, para que convivam com mais harmonia em sociedades cada vez mais multiculturais.
Na organização do programa, centramos esforços em desenvolver atividades para que os estudantes trabalhassem de forma colaborativa, evitando a competição e o distanciamento.
Foram programadas três grandes atividades que passaram a ser chamadas de: Álbum fotográfico, Mosaico e Jogo do Quixotim, lembrando que este personagem não existe na literatura espanhola. Somente o Dom Quixote, que então seria o pai do nosso ilustre personagem Quixotim.
Não vou abordar com profundidade as atividades, pois elas serão tratadas pela professora Marlene Zwierewicz, que é a coordenadora do programa no Brasil. Minha intenção é proporcionar uma visão geral, para que conheçam a estrutura, os países participantes, a forma de participação e as teorias que amparam o programa.
Para apresentar a estrutura, convidos vocês a navegarem pela página comigo. O e-Culturas está disponível no endereço eletrônico: www.e-culturas.org. Nesta página estão os seguintes elementos:
- Projeto: Neste parte, é incluída uma descrição e os objetivos do programa, além de outros elementos como o Cronograma
- Na parte reservada aos colégios são incluídas informações sobre as escolas que participam. O interessante que por esta parte, todas as escolas que participam acabam sendo acessadas por todos os países. É assim que a escola brasileira que participa acaba sendo conhecida na Espanha, Inglaterra, Argentina e demais países participantes.
- Nesta parte também são registrados os irmanamentos entre escolas. Ou seja, os intercâmbios que a escola fará durante o desenvolvimento do projeto.
- Além disso, existem outros recursos, como programas para reduzir a resolução das fotos.
- Um vocabulário que pode ser preenchido de acordo com palavras novas que vão aparecendo no programa e que não são conhecidas de alguns países.
- E ferramentas de comunicação síncrona ou assíncrona, como fórum, correio eletrônico, blog, videoconferencia.
Todo esse acervo de recursos e ferramentas tecnológicas possibilita o intercâmbio de estudantes dos diferentes países. Toda a informação relevante e o trabalho dos estudantes está protegido pelo nome do usuário e contrasenha, o que garante a segurança dos dados.
Termino esta primeira parte apresentando os países integrantes. Hoje temos orgulho que iniciamos em 2005 com dois países irmanados e hoje temos sete países que são:
- Espanha
- Brasil
- Argentina
- Paraguai
- Chile
- Portugal
- Reino Unido
Especialmente no Brasil, a Escola Barriga Verde é a que vem participando desde o ingresso do programa no país que foi em 2006, por meio da coordenação de Marlene Zwierewicz, chegando nestes anos de experiência a envolver mais de cem estudantes. Hoje esses estudantes podem ter contato com a Espanha, Portugal, Argentina, Paraguai e Chile.
Todo programa tem uma base teórica que o sustenta e se me permitem, inicio falando dela por meio de uma reflexão acerca do mundo que vivemos.
A vida vai a uma velocidade vertiginosa, quase que qualquer coisa que desejamos, podemos obter em uns minutos, se dispomos de computador e conexão via Internet: uma música, o último filme, fazer uma visita ao Museu do Prado em Madri, ou comprar algo que nos apeteça. Os jornais que são vendidos em papel na edição de amanhã, já estão defasados nesta tarde, por serem editados digitalmente. E se queremos contactar com um amigo que vive na Austrália, inclusive vê-lo, o faremos quase imediatamente.
Esses são alguns exemplos do que supõe o Mundo Digital em Rede que nos envolve. Esse novo paradigma converge com novas competências a serem desenvolvidas, especialmente as de gerir as grandes quantidades de informação disponíveis, a capacidade de convertê-las em conhecimento útil e o desenvolvimento de habilidades de uso das comunicações.
Ao mesmo tempo nos encontramos em um terreno educativo com mudanças de enorme transcendência: aulas que precisam ser programadas para o atendimento da diversidade, estudantes com origens étnicas distintas e culturas que se diferenciam e se justapõem. Disso surge a necessidade de adaptação aos paradigmas tecnológico e muticultural, mediante diversas medidas que resultem no aprofundamento do conhecimento cultural e enriquecimento mutuo.Por outro lado, a relação entre brecha digital e cultural mostra que gestão da cultura deve ser utilizada como um bem a serviço da sociedade, tanto quanto a inclusão digital precisa caminhar na perspectiva da inclusão cultural. Somente fazendo que as vítimas da exclusão global assumam um papel de agentes culturais e não meramente de consumidores, é que poderemos evitar que a diversidade cultural seja vista como um fator de empobrecimento mundial. Este é um dos desafios assumidos pela Rede Internacional e-Culturas.
Finalmente, o programa intercultural tem uma base interativa e colaborativa, integrando as principais ferramentas e aplicativos do Mundo Digital em Rede. Como essa perspectiva o e-Culturas busca a promoção da inclusão socioeducativa e cultural, permeado-as quando os estudantes compartilham material, experiências, opiniões e as demais atividades trabalhadas por meio do programa.
Dessa forma, são consideradas algumas das características do Mundo Digital em Rede e a Educação Intercultural incluída na proposta metodológica, constituindo uma proposta de extensão e de pesquisa denominada “Rede Internacional e-Culturas”, uma ponte virtual que une as culturas da Europa e da América, ao mesmo tempo que aproxima todos que estamos hoje aqui compartilhando este V Congresso Internacional. Desejo a todos um bom proveito das diferentes atividades que o compõem.
Um forte abraço de Jaén e muito obrigado pela atenção.